quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Introdução

Esta unidade curricular, como já foi dito anteriormente, permite aos alunos de todo o curso de teatro, estarem envolvidos numa produção teatral que culmina com apresentações de carácter público. Aqui acontece um primeiro contacto, como um grupo, com as primeiras questões acerca de gestão de recursos humanos, técnicos, monetários, gestão de tempos de execução das tarefas e gestão das ideias entre o encenador e os criativos, e toda essa vasta relação de interdependência obrigatória entre as diversas áreas da arte teatral.
Os textos escolhidos foram textos de Samuel Beckett e Eugène Ionesco, o que já por si representava um desafio por serem duas figuras antagónicas na sua forma de expressão verbal e construção da cena.
Tanto Beckett como Ionesco situam-se na categoria do teatro do absurdo, sendo que Beckett desenha personagens de carácter sórdido, que sofrem de frustrações e ansiedades que esperam sempre por um momento de revelação ou libertação. A atmosfera em Becket é nebulosa e densa. Os movimentos em cena são matematicamente colocados nas didascálias e o absurdo revela-se quando as personagens expõem tão doentiamente as suas angústias que se tornam patéticas ou assustadoras.
Já em Ionesco, o absurdo jorra em forma de um humor tenaz e hilariante em situações quotidianas absolutamente inusitadas, aquilo a que se chama surrealismo verbal. "Renovar a linguagem, é renovar a concepção, a visão do mundo" usando metáforas que só parecem fazer sentido à terceira vez em que se pensa nelas, Ionesco faz também um jogo cénico dinâmico nas didascálicas, embora com muito mais liberdade.
Claro está que esta discrepância a nível formal foi o maior desafio para a forma do nosso projecto
O Nuno Cardoso, foi o encenador convidado, conhecido na praça por estar a frente de peças como Platonov e Ricardo II, acompanhou como um professor todo o processo, deixando bastante liberdade artística para os técnicos.
Há que salientar que este projecto foi feito pelos alunos Ana Patrícia, Eloísa Correia, Hugo Ribeiro e Rita Costa. Infelizmente, por razões que a distância física nos obriga, a Ana Patrícia desenvolveu o seu dossier individualmente.
Posto isto, façamos então um pequeno itinerário pelo nosso processo criativo. Boa viagem cibernética!

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